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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Hipocrisia pedagógica

Indignada! É a palavra que define o meu estado de espírito quando ouço pessoas sem nenhum embasamento teórico proferirem falácias a respeito da minha igreja e da minha fé. Concordo plenamente que muitos dogmas "católicos" foram, de forma distorcida, motivos de dominação de massas, alienação e até calamidades. O que não torna errada a fé no legado deixado por Jesus Cristo, ícone histórico real. 
No
 âmbito pedagógico (como antes externado por mim em outras redes sociais) há que se concordar que no tempo da catequização Jesuítica no Brasil, os então líderes religiosos católicos utilizaram da ignorância para impor a sua crença aos índios.
Mas é justo ignorar os quase 166 milhões de brasileiros cristãos (dados: CENSO 2012), que possuem os mesmos direitos a liberdade de expressão que os demais? É hipocrisia um profissional da educação falar das ideologias de contextualização e inserção do assunto visto em sala de aula com a realidade do aluno e logo depois mostrar profundo interesse em ver o ensino religioso fora do contexto escolar. Não quero aqui apoiar as práticas de muitos que deveriam ser educadores e que chegam em sala de aula transmitindo uma visão muitas vezes errônea do cristianismo (equivocadamente generalizado como catolicismo) marginalizando as demais crenças. Todo tipo de fé ou a falta dela torna o ser humano membro de si mesmo e da sociedade.
O problema é que aqueles que não aprovam a hegemonia Cristã, ficam cegos para o fato de que, querendo ou não, a sociedade brasileira tem seus pilares nos "dogmas" - que repito, são por vezes distorcidos - da antiga pedagogia jesuítica. Não há como negar que o brasileiro, mesmo aquele não cristão, tem seus valores morais muito próximos daqueles ditados pela igreja.
É errado obrigar o aluno a rezar antes da aula. Ok. Mas é certo tirá-lo esse direito?
Leigos querem tirar o ensino religioso do ensino básico e tornar obrigatória a disciplina "cultura afro-brasileira". Coerência Brasil.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Para viver um grande amor

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, misterio é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.


Texto extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Palavras de uma amizade abortada

Desenharam teu rosto bordado num sorriso esplêndido e como plano de fundo, havia um mundo colorido típico de sonhos infantis. Engraçado é que eu sempre nos imaginei juntas em um mundo feito aquele, abraçadas e sendo o que sempre fomos: amigas. Pareceu-me estranho que a perspectiva de um outro alguém que mal te conheces fosse tão semelhante à minha, talvez seja isso que o teu encantamento provoca nas pessoas que te cruzam o caminho, pena que esse encantamento não durou tanto quanto imaginava em mim. E de repente senti tanto a sua falta que até peguei o telefone e disquei teu número que era um dos poucos que eu sabia de cor... foi então que me lembrei das tantas coisas que eu sabia a seu respeito e sequer por um segundo havia esquecido. E me veio aqueles flashes rápidos, intensos  e todos ao mesmo tempo me confundindo em um turbilhão de emoções que me foram presentes ao longo dos anos ao seu lado. E os momentos finais me machucaram como nunca porque só agora, depois que tudo passou, percebo quanta dor se esconde no fim de um grande amor. Foram tantos momentos, tanto sentimento bonito que o dia-a-dia matou. Ficaram pra mim a saudade, a mágoa, a decepção...Em meio a isso tudo, quando já estava prestes a te telefonar lembrei que assim como eu havia me mudado, você mudou o seu número de telefone. E num passe de mágica tudo que nos ligava foi sumindo junto com o seu número que eu havia decorado. E eu não tive mais raiva, mágoa, nem sequer saudade; o que me veio foi um vazio absurdamente grande, daqueles que só um grande amor sabe deixar no coração de quem amou muito um dia. É difícil encarar a vida, porque aquele amor era uma espécie de suporte. Mesmo nos piores dias, eu sabia que vc estava ali, mesmo que me odiando, estava ali e eu estava ali também pra você. Era amor, era amizade, era irmandade. Me pergunto como é possível tudo ter se desfeito se amizade é algo tão sagrado que se torna infinito. Queria te olhar nos olhos e te abraçar, sentir que esse amor não morreu dentro de mim, mas é tarde e minha nostalgia dá espaço a outros anseios que nem lhes são sabidos. Toca kid abelha: "Nosso amor se transformou em 'bom dia'." E como num desfecho preparado pelo destino, eu me vejo obrigada a escrever e jogar tudo o que me vem à cabeça pra fora em forma de palavras.






Rio de Janeiro
Hoje é 23 do 3
Como vão as coisas
De mês em mês
Eu me sento pra escrever pra você
Eu reformei a casa
Você não soube disso
Nem das outras coisas
Sabe eu tive um filho
Faz tempo que eu me perdi de você
Guardo pra te dar
as cartas que eu não mando
Conto por contar
Eu deixo em algum canto (2x)
Eu vi alguns amigos
Tropeçando pela vida
Andei por tantas ruas
São estórias esquecidas
Que um dia eu quis contar pra você
Eu fico imaginando
Sua casa e seus amigos
Com quem você se deita
Quem te dá abrigo
Eu me lembro que eu já contei com você
Guardo pra te dar
as cartas que eu não mando
Conto por contar
Eu deixo em algum canto (2x)
E as pilhas de envelopes
Já não cabem nos armários
Vão tomando meu espaço
Fazem montes pela sala
E hoje são a minha cama
Minha mesa, meus lençóis
E eu me visto de saudades
Do que já não somos nós
Guardo pra te dar
as cartas que eu não mando
Conto por contar
Eu deixo em algum canto (4x)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Deu vontade uma vontade doida de escrever...

de escrever sobre o quanto tu me fazes bem, o quanto tu me deixas segura, o quanto eu pareço comigo mesma quando estou ao teu lado. 
Eu poderia, como de costume, dar nomes a tudo que estou sentindo mas preferi me limitar a sentir, e só. Foi quando eu percebi quão estranho e rápido esse sentimento é, em questão de dias eu pude perceber que eu sou sua, que como você mesmo disse meu corpo foi feito pra você, ele pede tuas mãos, teu carinho e tua proteção! Isso me assustou, fiquei com tanto medo que quase me privei do doce que é estar em tua companhia, mas como tudo nessa vida passa: o medo passou! E com ele foram embora todos os monstros que me "inibiam" e me impediam de ser completamente feliz!
É cedo pra dizer que não consigo mais viver sem tua presença, ou para alardear qualquer tipo de ligação eterna, porém o que não podemos negar é que o que há entre nós é forte, algo capaz de nos mostrar tais como somos, sem pudor e sem medo de más interpretações.
Poderia passar a noite aqui, escrevendo e escrevendo. Mas infelizmente meu tempo é limitado... Só queria dizer que sou verdadeiramente fascinada por cada pedacinho seu, por cada palavra que sai da tua boca, por cada gesto de carinho e atenção que tens comigo... Você é realmente o que eu vinha procurando esse tempo todo!






quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ela gostava quando,

 depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi, guria? Ele gostava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A matemática


A matemática, vista corretamente, possui não apenas verdade, mas também suprema beleza - uma beleza fria e austera, como a da escultura. A Matemática não mente, mente quem faz mau uso dela. A matemática é o alfabeto com o qual DEUS escreveu o universo. A matemática não é apenas números, e sim envolve letras e toda a capacidade que o ser humano conseguir expressar. A matemática é um instrumento poderoso nas mãos daqueles que a sabem usar. A matemática é simplesmente o foco da vida. A matemática não pode nos ensinar a amar um amigo e perdoar um inimigo, mas ela nos dá todos os motivos para acreditar que todo problema tem uma solução. A Matemática possui uma força maravilhosa capaz de nos fazer compreender muitos mistérios de nossa fé. Sem a Matemática, não poderia haver Astronomia; sem os recursos maravilhosos da Astronomia, seria completamente impossível a navegação. E a navegação foi o fator máximo do progresso da humanidade.
Lindos, só tenho a lamentar àqueles que não compreendem a imensa beleza que envolve a mãe de todas as ciências. ‘Eu escolhi a matemática porque Deus me concedeu a graça de poder enxergar amor naquilo que a maioria das pessoas veem dificuldades!!!’

domingo, 24 de abril de 2011

Amor verdadeiro, segundo Renato Russo

Renato Russo: Alguém aí já sofreu por amor?
Público grita.
Renato Russo: Isso tudo já se apaixonou de verdade?
Público grita.
Renato Russo: Eu sempre faço essa pergunta porque eu não acredito nisso. Eu cheguei à conclusão que se o amor é verdadeiro, não existe sofrimento.