Quem sou eu

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'Direi meias verdades Sempre à meia luz' (Chico Buarque ♪)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras; sou irritável e piro facilmente; também sou muito calma e perdôo logo; não esqueço nunca; mas há poucas coisas de que eu me lembre; sou paciente, mas profundamente colérica, como a maioria dos pacientes; as pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão; gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo; nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrando? Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo; se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz; quanto a minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz; outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim - a do mundo grande e aberto; apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza...”

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Coisas que a vida ensina

Amor não se implora, não se pede, não se espera, amor se vive ou não. Ciúmes é um sentimento inútil e não torna ninguém fiel a você. Animais são anjos disfarçados, vivem na terra para mostrar ao homem o que é fidelidade. Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz. As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você pro outros. Perdoar e esquecer nos torna mais jovens. Água é um santo remédio. O choro existe para o homem não explodir. Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso. Não existe comida ruim, existe comida mal temperada. A criatividade caminha junto com a falta de grana. Ser autêntico é a melhor e a única forma de agradar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade
está um pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado,
coração que acha que Tim Maia estava certo
quando escreveu... "não quero dinheiro,
eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece,
e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações
e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste
em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que,
abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente e,
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que,
ainda não foi adotado, provavelmente,
por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence seu usuário
a publicar seus segredos e, a ter a petulância
de se aventurar como poeta.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As melhores coisas - Arnaldo Antunes

Entre as dez ou mais de mil melhores coisas da vida você estava atrás do sétimo, oitavo lugar. Depois do violão, do irmão, do gibi, da bebida, entre a luz do fim da tarde e o azul do mar. Quando se afastou de mim depois daquela intriga nem sei em que lugar da lista você foi parar!!! Nunca imaginei você não sendo minha amiga nem também sonhei que eu fosse me apaixonar. Mas mudou, você veio derrubando o mundo inteiro... Demorou, mas veio com a hora do recreio.
Entre as dez ou mais de mil melhores coisas da vida tem a bike, a night, o Nike antes de você. Mas comecei a te querer depois da despedida, isso professor nenhum explica porque. Agora fico te esperando na hora da saída, tenho dez ou mais de mil segredos pra contar... De tudo que tem você a coisa preferida você finalmente chegou ao primeiro lugar ! Seu blusão vermelho, o incenso do seu cheiro, sua mão, seu cabelo no meu travesseiro....
Agora o tempo pode passar ... Você já é primeiro lugar

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final... Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina. O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mas se algum dia você não vier depois do café da manhã, se algum dia avistar você em algum espelho, talvez procurando por outro homem, se o telefone toca e toca em seu quarto vazio, então depois de indizível agonia, então - pois não tem fim a loucura do coração humano - procurarei outro, encontrarei outro você. Nesse meio tempo, vamos abolir com um sopro o tiquetaque dos relógios. Chegue mais perto de mim.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Enquanto ela não chegar - Barão Vermelho

Quantas coisas eu ainda vou provar?
E quantas vezes para a porta eu vou olhar?
Quantos carros nessa rua vão passar
Enquanto ela não chegar?
Quantos dias eu ainda vou esperar?
E quantas estrelas eu vou tentar contar?
E quantas luzes na cidade vão se apagar
Enquanto ela não chegar?
Eu tenho andado tão sozinho
Que eu nem sei no que acreditar
E a paz que busco agora
Nem a dor vai me negar
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar viver
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar viver
Quantas besteiras eu ainda vou pensar?
E quantos sonhos no tempo vão se esfarelar?
Quantas vezes eu vou me criticar
Enquanto ela não chegar?
Eu tenho andado tão sozinho
Que eu nem sei no que acreditar
E a paz que busco agora
Nem a dor vai me negar
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar viver
Não deixe o sol morrer
Errar é aprender
Viver é deixar, é deixar
É deixar viver
É deixar viver
Viver é deixar viver

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A História de Lily Braun - Chico Boarque de Holanda

Como num romance, o homem dos meus sonhos me apareceu no dancing. Era mais um;  só que num relance os seus olhos me chuparam feito um zoom. Ele me comia com aqueles olhos de comer fotografia. Eu disse cheese e de close em close fui perdendo a pose e até sorri, feliz.
E voltou, me ofereceu um drinque, me chamou de anjo azul; Minha visão foi desde então ficando flou. Como no cinema me mandava às vezes uma rosa e um poema. Foco de luz . Eu, feito uma gema me desmilingüindo toda ao som do blues abusou do scoth, disse que meu corpo era só dele aquela noite, eu disse please! Xale no decote disparei com as faces rubras e febris.
E voltou, no derradeiro show com dez poemas e um buquê. Eu disse adeus! Já vou com os meus, numa turnê. Como amar esposa, disse ele que agora só me amava como esposa; não como star. Me amassou as rosas. Me queimou as fotos. Me beijou no altar. Nunca mais romance. Nunca mais cinema. Nunca mais drinque no dancing. Nunca mais cheese. Nunca uma espelunca. Uma rosa nunca. Nunca mais feliz. 

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"O que anda me incomodando esses dias, além do fato que o verei logo
é o modo como ele rouba - me; minhas músicas, meus problemas, minhas
comunidades,meus pensamentos, meu sorriso e minha felicidade, você não
tem noção de como isso me incomoda.O
fato de estar estampado na minha cara que eu me importo com ele, o fato
de não poder olhar pra ele, sem pegar ele me olhando  e percebendo o
quanto eu gosto dele."-Por que você desvia o olhar?-Porque
eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos
seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas,
cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus
olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor.. "

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

VMB - 2010 MTV *-*

O VMB, é uma premiação promovida pela emissora MTV - Brasil, que este ano será comandada pelo talento da emissora, Marcelo Adnet.
O MTV Video Music Brasil (VMB) teve sua primeira edição em 1995 e tinha o intuito de premiar os melhores videoclipes nacionais e internacionais através da votação de sua audiência e de um júri especializado para categorias técnicas. Atualmente as categorias aumentaram e abragem vários âmbitos além do musical!
O VMB 2010, será transmitido hoje, 16/09/2010, às 10:00 hrs, pela MTV. Não Percam!
As categorias, e seus concorrentes, são as seguintes:
  • Artista do ano :  Arnaldo Antunes, Capital inicial, Fresno, Mallu Magalhões, Nx Zero, Pitty, Restart, Sandy, Otto e Skank.
  • Clip do ano:  Capital Inicial – Depois da Meia-Noite, Capital Inicial – Depois da Meia-Noite, Cine - A Usurpadora, Mallu Magalhães – Shine Yellow, Marcelo D2 – Meu Tambor, Mombojó – Pa Pa Pa, Nx Zero – Só Rezo, Restart – Recomeçar, Skank – Noites de Um Verão Qualquer,Vespas Mandarinas – Sem Nome.
  • Artista internacional: Green Day, Katy Perry, Jay-Z, Ke$ha, Black Eyed Peas, Beyoncé, Lady Gaga, Tokio Hotel, Paramore.
  • Show do ano: Arnaldo Antunes, Nx Zero, Capital inicial, Pitty, Otto
  • Hit do ano: Restart - Levo comigo, Skank - Noites de um verão qualquer, Pitty - Fracasso, Nx Zero - Só rezo, Sandy - Pés cançados.
  • Revelação: Hevo 84, Hori, Karina Buhr, Replace, Restart.
  • Aposta mtv: Apanhador só, Flora Matos, The Name, Tiago Pethit, Unidade Imaginária.
  • Webstar: Felipe Neto, Katylene, Mystery Guitar Man, OCriador, PC Siqueira.
  • Webhit: Cala a boca Galvão, Dunga em UM DIA DE FÚRIA, Puta Falta de Sacanagem, Zeca Camargo bocejando no fantástico, Juntin Biba, paródia de Justin Bieber
  • Pop: Malu Magalhões, Sandy, Lulu Santos, Fresno, Restart,
  • Rock: Capital Inicial, Gloria, Nx Zero,Pitty, Strike
  • MPB: Céu, Cidadão Instigado, Diogo Nogueira, Lucas Santana, Otto
  • RAP: MV Bill, Lurdez da lua, Kamau, Ogi, Ricon sapiência
  • Música eletrônica: Zemaria, Killer On The Dancefloor,Gui Boratto, Database, Boss in Drama
  • Game do ano: Super Mario Galaxy 2, Red Dead Redemption, God Of War III, Call of Duty: Modern Warfare 2, Batman Arkham Asylum
  • Aposta internacional:  Toro Y Moi, School of Seven Bells, Janelle Monáe, Darwin Deez, Big K.R.I.T.
Para votar no seu artista preferido é só acessar o site http://vmb.mtv.uol.com.br/votacao/

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

o amor que eu quis te dar...

O amor que eu quis te dar foi aquele amor brilhante, que brilha luz e fogo, que clareia toda a escuridão de um mundo recém descoberto; e eu seria a única, dentre as tantas que te perteceriam, capaz de te fazer feliz.
Você seria meu Homem, saciaria minha sede de sangue fervendo, de respiração ofegante, de delírios no meio da noite. Você viria toda madrugada com uma pontualidade (que chegava a ser írritante de tão prazerosa),  me faria TUA, como se eu nunca o tivesse sido,  chegaria até os meus desejos mais secretos e pervertidos, e os encararia como se fossem os mais puros sonhos.
Você me transformaria, me possuíria, me diria numa voz de domador de feras que era meu dono!, me daria ordens, e eu, na qualidade de sua fiel seguidora, as obedeceriam. E juntos, mandaríamos, aos gritos, a solidão embora (e ela rápidamente iria - porque meu sorriso seria ameaçador demais para ela ficar!).
Eu ficaria boba ao teu lado, faria loucuras para porder te enlouquecer; eu moveria céus, terras, montanhas e infinitos para satisfazer nossa vontade de se ter.
O amor que eu quis te dar era aquele amor de hipérboles, antíteses, metáforas... Era um amor real de sentido figurado. Nada que pudesse ser explicado aos normais.
O amor que eu quis te dar era O MEU AMOR, aquele que você fez questão de não querer receber!

Diga sempre: EU TE AMO!

Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogando bolinha de gude.
Quando Júlio, o menino mais novo, disse ao irmão Ricardo:
- Meu querido irmão, eu te amo muito e nunca quero me separar de você!
Ricardo, sem dar muita importância ao que Júlio disse, pergunta:
- O que deu em você moleque? Que conversa besta é essa de amar? Quer calar a boca e
continuar jogando?
E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer. À noite, o senhor Jacó, pai dos garotos, chegou do trabalho. Estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante..
Ao entrar, Jacó olhou para Júlio, que sorriu para o pai e disse:
- Olá Papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!
Jacó, no auge de seu mau humor e stress, disse:
- Júlio estou exausto e nervoso. Então, por favor, não me venha com besteiras!
Com as palavras ásperas do pai, Júlio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto.
Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do filho foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas.
Dona Joana, espantada, começou a enxugar as lágrimas do filho. E perguntou:
- O que foi Júlio? Por que está chorando?
Júlio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:
- Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!
Dona Joana sorriu para o filho e lhe disse:
- Meu amado filho ficaremos sempre juntos!
Júlio sorriu, deu um beijo na mãe e foi deitar-se.
No quarto do casal, ambos se preparando para se deitar, Dona Joana pergunta para seu marido Jacó:
- Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha?
Jacó, muito estressado com o trabalho, disse à esposa:
- Esse moleque só está querendo chamar a atenção... Deita e dorme mulher!
Então, todos se recolheram e todos dormiam sossegados.
Às duas horas da manhã, Júlio se levanta e vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando-o dormir...
Ricardo, incomodado com a claridade, acorda e grita com Júlio:
- Seu louco apaga essa luz e me deixa dormir!
Júlio, em silêncio, obedeceu ao irmão, apagou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais...
Chegando lá, acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormirem. O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:
- O que aconteceu Júlio?
Júlio, em silêncio, só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo ao pai que nada havia ocorrido. Daí o senhor Jacó, irritado, perguntou ao Júlio:
- Então, o que foi moleque?
Júlio continuou em silêncio. Jacó, já muito irritado, berrou com Júlio:
- Então vai dormir seu doente!
Júlio apagou a luz do quarto, dirigiu-se ao seu quarto e se deitou.
Na manhã seguinte todos se levantaram cedo. O senhor Jacó iria trabalhar, a dona Joana levaria as crianças à escola. E Ricardo e Júlio...
Mas Júlio não se levantou. Então, o senhor Jacó, que já estava muito irritado com Júlio, entra bufando no quarto do garoto e grita:
-Levanta seu moleque vagabundo.
Júlio nem se mexeu. Então, Jacó avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado, pronto para lhe dar um tapa, quando percebe que Júlio estava com os olhos fechados, e que estava pálido. Jacó, assustado, colocou a mão sobre o rosto de Júlio e pôde notar que seu filho estava gelado.Desesperado,Jacó gritou, chamando a esposa e o filho Ricardo, para verem o que havia acontecido com Júlio...
Infelizmente o pior. Júlio estava morto e sem qualquer motivo aparente. Dona Joana, desesperada,abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto chorar.
Ricardo, desconsolado, segurou firme a mão do irmão e só tinha forças para chorar também.
Jacó, em desespero, soluçando e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Júlio. Jacó, então, pegou o pequeno pedaço de papel. E havia algo escrito com a letra de Júlio.
-"Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho. Disse a mim que,apesar de amar minha família e de ela me amar, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa:
- Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão.
- Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo.
- Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver.
- Eu amo todos vocês!!!!"
"Se tiver chorando, não se preocupe, é normal!"
PS: Quantas vezes não temos tempo para parar e amar, e receber o amor que nos é ofertado?
Talvez quando acordarmos possa ser tarde demais... Mas ainda há tempo!
Muita gente vai entrar e sair da sua vida, mas somente verdadeiros amigos deixarão marcas em seu coração!
Para se segurar, use a cabeça;
Para segurar os outros, use o coração.


(Autor Desconhecido)

Saudade - Pablo Neruda

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Trechos de Clarice Lispector em: Os desastres de Sofia

Ali estava eu, a menina esperta demais, e eis que tudo o que em mim não prestava servia a Deus e aos homens. Tudo o que em mim não prestava era o meu tesouro. Mas eu sentia que meu papel era ruim e perigoso: impelia-me a voracidade por uma vida, vida real que tardava, e pior que inábil.Só Deus perdoaria o que eu era porque só Ele sabia do que me fizera e para o quê. Eu me deixava, pois, ser matéria d'Ele. Ser matéria de Deus  era a minha única bondade. E a fonte de um nascente misticismo. Não misticismo por Ele, mas pela matéria d'Ele, pela vida crua e cheia de prazeres: eu era uma adoradora. Aceitava a vastidão do que eu não conhecia e a ela me confiava toda, com segredos de confessionário.. As alegrias me ocupavam, ficar atenta me tomava dias e dias; havia os livros de história que eu lia roendo de paixão as unhas até o sabugo, nos meus primeiros êxtases de tristeza, refinamento que eu já  escobrira; havia meninos que eu escolhera e que não me haviam escolhido, eu perdia horas de sofrimento porque eles eram inatingíveis, e mais outras horas de sofrimento aceitando-os com ternura, pois o homem era o meu rei da Criação; havia a esperançosa ameaça do pecado, eu me  ocupava com medo em esperar; sem falar que estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, não me decidia por qual de mim, toda eu é que não podia;ter nascido era cheio de erros a corrigir. O que eu fazia para todos os lados, com uma falta de graça que mais parecia o resultado de um erro de cálculo: as pernas não combinavam com  os olhos, e a boca era emocionada enquanto as mãos se esgalhavam sujas — na minha pressa eu crescia sem saber para onde. E o jogo de torná-lo infeliz já me tomara demais, agora eu iria viver!

domingo, 12 de setembro de 2010

PARABÉNS Mãe

Meu primeiro e único amor. Meu amor verdadeiro! Não tenho palavras pra expressar o quanto estou feliz por esse dia, o Teu dia, dia em que Deus resolveu mandar um de seus anjos para esse mundo. E quando você veio, trouxe tudo de mais maravilhoso para presentear os que estavam ao seu redor. Muitos anos se passaram desde que o meu anjo nasceu, e estes anos fizeram de Você (meu anjo) um ser mais iluminado, e bondoso. És um exemplo a ser seguido, o meu exemplo! Tudo que sou devo a ti, que me ensinaste o que é a vida.  Hoje é seu aniversário, mas quem está de parabéns são todos aqueles que de alguma forma cruzaram o teu caminho. Minha mãezinha, quão bom seria te abraçar e te mimar, te dar o carinho que você merece ter, mas a vida de gente grande exige muito de mim, exige tanto, que não pude estar ao seu lado nessa data tão especial para nós duas, é triste, mas é Feliz ao mesmo tempo, já que se estou aqui é graças a você, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando e me dando forças para que eu continue lutando pelos meus sonhos, sonhos todos dedicados a VOCÊ!
PARABÉNS meu amor, minha vida. Desejo toda a felicidade do mundo, toda mesmo! Continue com esse seu prazer de viver, essa sua perseverança, essa força de mulher decidida e mãe dedicada que faz de você um ser supremo, esse seu jeito de pensar nos outros de forma tão amorosa (mas JAMAIS esqueça de ti!), Continue sendo esta pessoa maravilhosa que és, mas procure evoluir, não por necessidade, mas por merecimento! Não tema a felicidade, porque você, mais do qualquer ser humano, a merece. Não pense no que os outros vão pensar de você, pois eles tem uma visão distorcida da realidade. Seja feliz, e sendo assim, fará todos que a amam feliz, inclusive e principalmente a mim, então seja feliz por favor. (não poderia perder a chance de ser um pouquinho egoísta aqui - não seria Andréia Lima, kkkkk)
Tenho tanto orgulho de ter sido gerada em um ventre tão magnífico...e de ter sido educada por uma MULHER DE VERDADE, que foi minha mãe e meu pai durante todos esses anos. OBRIGADA, OBRIGADA MESMOOOO. Bem, vou parando por aqui porque esse orkut fica querendo me convencer que o meu depoimento é muito grande, mal sabe ele que o meu amor é maior que tudo e que toda palavra é mínima em relação à esse sentimento.



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

o dom do imaginar

Descobri que eu gosto mesmo é do impossível, que sou fascinada por aquilo que está fora do meu alcance, ou que por algum motivo, óbvio ou não, não devo alcançar.  Sempre vivi do "SE..." e a força dessa palavra me fez seguir em frente incontáveis vezes! 
Me acostumei muito bem com minha imaginação, e ela, por incrível que pareça, se acostumou comigo ; hoje invertemos os papéis: ela passou a me dar asas, e eu a voar como louca! Eu e minha imaginação somos cúmplices: Ela me dá tudo que eu desejo, e eu, em troca, a deixo agir livremente.
Ache estranho quem quiser, mas eu repugno coisas palpáveis, concretas, que podem ser percebidas por algum dos meus cinco sentidos! Gosto do verbo Fantasiar! Adoro o ato de Sonhar! Tenho verdadeiro tesão por aquilo que não aconteceu, e que talvez jamais aconteça, por coisas que fogem da concretude física, ilusões e coisas que não são concebidas. E sou movida a isso: "Desejos não realizados, fatos não consumados, hipóteses, axiomas, coisas que poderiam ser mas não foram, ideais... SONHOS".Quando a coisa se torna real, para mim perdeu o glamuor. E ser assim me deixa feliz, já que não me importo se a realidade é dura ou não, eu definitivamente não pertenço a ela! Sou alguém que tem liberdade presa aos sonhos, alguém que usa a verdade do mundo para inventar suas próprias mentiras reais!


                                                   
 [  O modo como o tornei irreal, é o que me faz perseguir o cheiro dele nas densas noites de verão!  ]






LIMA, Andréia ®

terça-feira, 7 de setembro de 2010


Um dia me falaram que o ser humano é falso, que toda e qualquer demonstração de afeto sempre pede algo em troca! Fora difícil aceitar tal verdade naquele momento, todavia, hoje sinto como se toda a esperança que, durante todos esses anos depositei no amor, estivesse se esvaindo aos poucos e continuadamente sem que eu pudesse fazer absolutamente nada!

"A verdade não faz sentido,a grandeza do mundo me encolhe!"
(Clarice Lispector)